Analfabetismo brasileiro concentra-se na população adulta

terça-feira, 2 de dezembro de 2008 | Seção: | |


O detalhamento dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), indica que 90% dos analfabetos brasileiros têm mais de 25 anos. Diretor de Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abrahão, explica que o analfabetismo "é um evento heterogêneo e, apesar de estar no Brasil inteiro, em algumas situações está mais forte, como no Nordeste, na zona rural, entre a população negra e também na mais velha".

Abrahão explica que o quadro é diferente quando se avalia um brasileiro que mora na região Sudeste, é branco, mora em área urbana e tem mais de 18 anos. "Encontramos um histórico educacional bem mais completo", diz o diretor

Na análise dos números apresentados, dentro de uma faixa etária com 40 anos ou mais, o total de analfabetos é de 17,2%. Já entre os brasileiros de 15 anos ou mais, a taxa de brasileiros que não sabem ler ou escrever passou de 29,2%, em 1992, para 17,2% no ano passado. Uma redução de 7,2%.


Jorge Abrahão avalia que essa redução ocorre porque essa faixa da população, principalmente entre os anos de 2001 e 2007, ampliou seus anos de estudos. No ano passado, os brasileiros com mais de 15 anos ficaram 7,3 anos na escola. Em 1992, segundo o Ipea, esse número era de 5,2 anos.

Olhando o quadro do instituto por regiões, a Sudeste apresenta o maior período de estudos, 8 anos. Já o índice mais baixo fica com a Nordeste, com 6 anos de estudos.
Em relação ao total de analfabetos, o Nordeste concentra 20% dos analfabetos brasileiros. No Sul e Sudeste, o porcentual é de 5,4% e 5,8%, respectivamente. A região Norte tem 10,9% e a Centro-Oeste, 8,1%.

Tempo dentro da sala de aula
A análise do Ipea indica que a menor média de período de estudos, 6 anos, foi encontrada na população com mais de 30 anos. Já entre os brasileiros com idade entre 18 e 24 anos, o tempo sobe para 9,1 anos de estudos.

Matéria veiculada originalmente no Último Segundo, do portal Ig, neste LINK.

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