Breve história da alfabetização no Brasil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008 | Seção: | |


A história da alfabetização de adultos no Brasil tem início no final dos anos 1930. Havia uma necessidade de expandir as bases eleitorais que sustentavam o governo central. Além disso, era necessário que se integrasse as massas populacionais de imigração da época e incrementasse a produção. Assim, a estratégia foi a Campanha de Educação de Adultos foi criada em 1947 e pretendia alfabetizar em três meses e realizar o curso primário completo em sete meses. Depois disso, seria feita a profissionalização e o desenvolvimento comunitário.

A Campanha conseguiu êxito significativos. Foram criadas escolas supletivas em todo o país, que contavam com profissionais e voluntários. Mas o plano começou a perder força nos anos 1950, e acabou antes do final da década, deixando apenas as escolas supletivas, assumidas pelos estados e municípios.


Todas as críticas feitas ao programa e a problemática por ele gerada levaram a uma nova visão sobre acerca do problema do analfabetismo. A principal referência, então, passou a ser o educador pernambucano Paulo Freire, que influenciou os principais programas de alfabetização e educação popular do país no início dos anos 1960.

Em janeiro de 1964, o Plano Nacional de Alfabetização propunha a criação, em todo o país, de programas de alfabetização guiados pela proposta de Paulo Freire. Mas a interferência do golpe militar acabou minando as possibilidades do projeto pois, desde então, ficou autorizada apenas a alfabetização de adultos assistencialistas e conservadores. Em 1967, o próprio Governo criou o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização).

Nos anos 1970, o Mobral atingiu todo o território nacional, durando até 1985, quando foi extinto, dando lugar à Fundação Educar, dedicada apenas a apoiar financeira e tecnicamente as iniciativas de governos, entidades civis e empresas a ela conveniadas.

Paralelamente, pequenos grupos continuaram a realizar experiências isoladas de alfabetização de adultos, desenvolvendo os postulados de Paulo Freire. Com a abertura política na década de 1980, essas experiências se ampliaram. A proposta freiriana era a de alfabetização da adultos conscientizadora: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Criticava-se o sistema tradicional que utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita.

Com esta mesma base, foi proposta a criação do programa Topa (Todos Pela Alfabetização). Implantado na Bahia, desde 2007, o Topa pretende diminuir o índice de analfabetismo no estado em 50% até 2010. A Fainor, que este ano passou a fazer parte do Programa, está realizando a capacitação de futuros alfabetizadores.

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